domingo, 22 de abril de 2012

O Mito no âmbito da Cultura Ocidental



O mito é a primeira forma de explicação da realidade, seja ela natural ou social.
A palavra tem origem grega mythos.
Um narrador por meio de discurso leva informações até o povo, e este acredita como verdade absoluta.
Percebe-se que um mito pode ser entendido como uma crença na oralidade de fatos narrados.
Ele procura explicar a realidade, bem como a relação do homem com o mundo espiritual , porém relacionada ao politeísmo (crença em vários deuses), por meio da cultura, utilizando da poesia e de metáforas, bem como da arte, a fim de tornar atrativas e o mais real possível na imaginação daqueles que estão assimilando essa cultura mítica.
Verifica-se então a presença artística marcante no mito, e o seu poder de persuadir as pessoas a acreditarem que ele realmente representa a realidade.
Os produtores de arte deixam bem claro que sua produção teve origem através de fatos apresentados pelos deuses, e que são e que isso reflete na consideração do mito como sagrado.
“As imagens do mito são reflexos das potencialidades espirituais de cada um de nós. Ao contemplá-las, evocamos os seus poderes em nossas próprias vidas”. (Campbell).
Segundo diz Campbell, no DVD o “poder do mito”:
Lendo mitos. Eles ensinam que você pode se voltar para dentro, e você começa a captar a mensagem dos símbolos. Leia mitos de outros povos, não os da sua própria religião, porque você tenderá a interpretar sua própria religião em termos de fatos – mas lendo os mitos alheios você começa a captar a mensagem. O mito o ajuda a colocar sua mente em contato com essa experiência de estar vivo. Ele lhe diz o que a experiência é. Casamento, por exemplo. O que é o casamento? O mito lhe dirá o que é o casamento. E a reunião da díade separada. Originariamente, vocês eram um. Vocês agora são dois, no mundo, mas o casamento não é senão o reconhecimento da identidade espiritual. É diferente de um caso de amor, não tem nada a ver com isso. É outro plano mitológico de experiência. Quando pessoas se casam porque pensam que se trata de um caso amoroso duradouro, divorciam se logo, porque todos os casos de amor terminam em decepção. Mas o matrimônio é o reconhecimento de uma identidade espiritual. Se levamos uma vida adequada, se a nossa mente manifesta as qualidades certas em relação à pessoa do sexo oposto, encontramos nossa contraparte masculina ou feminina adequada. Mas se nos deixarmos distrair por certos interesses sensuais, iremos desposar a pessoa errada. Desposando a pessoa certa, reconstruímos a imagem do Deus encarnado, e isso é que é o casamento.
 Como exemplo de mito na primeira acepção, trazemos à cena a narrativa tradicional chinesa: Yi e os dez sóis. Esta relata a existência de dez sóis que, de modo revezado, ordenado, forneciam calor e luz a Terra até que, um dia, resolvem trabalhar juntos e começam a destruir a Terra (desordem). Somente com a intervenção do imperador da China e de um hábil arqueiro, a ordem se restabelece pela eliminação de nove sóis e a manutenção de apenas um. A narrativa traz a marca da cultura e do poder para dar conta de fenômenos naturais que se movimentam de forma ordenada/desordenada.
Para ilustrar a segunda acepção, recorremos a um trecho da análise de Barthes (1993) sobre o cérebro de Einstein:
 “... claramente o funcionamento do processo, Einstein fotografado ao lado de uma lousa coberta de signos matemáticos de uma complexidade visível, quer dizer, como se trabalha a imagem de Einstein sempre se referindo, tentando fazer e dar o significado da sua genialidade; Einstein desenhando, isto é, tendo entrado, portanto na lenda, uma vez mais de giz na mão, acabando de escrever sobre uma lousa limpa, como se preparasse a fórmula máxima do mundo. A mitologia respeita assim a natureza das tarefas, a investigação propriamente dita mobiliza engrenagens mecânicas, tendo como sede um órgão material monstruoso, apenas por sua complicação cibernética, a descoberta pelo contrário da essência mágica simples como um corpo primordial.” ( Barthes, 1993: 61)

Fontes:
JARDIM, Alex Fabiano Correa & BORGES, Ângela Christina & FREITAS, Gildete dos Santos et al. Filosofia da Educação.
 
Artigos da ufpa. Dipsonível em : <https://www.cultura.ufpa.br/ensinofts/artigos2/mariaguaracira.pdf> , Acessado em : 22/04/2012.
A respeito de mitos. Disponível em: . Acessado em: 22/04/2012.

2 comentários:

  1. Realmente Phortos, você me lembrar de um general de Benedio Mossuline, ele disse; "Que uma mentira pregada 100 vezes se torna verdade". Penso que esse general tem razão, porque os nossos políticos nas épocas das eleições prometem tantas coisas para o povo, que o cidadão pensa que é verdade. Veja bem nesse mito " A Educação é prioridade" se for eleito. Realmente o Governo Marconi transformou a educação em prioridade, mas para quem. O governo mostra na televisão que os professores estão ganhando bem e que a greve é simplismente uma forma de prejudicar o aluno e não para reenvidicar melhores salários. Ai vejo meu amigo Phortos que o mito lagou a oralidade e passou ser transmitido pelos meios de comunicação como verdade para queles que é dono do poder e quando é questionado pelo professor diz que estamos chorando de barriga cheia, porque o governo está pagando o piso do masgistério. Isto é para você ver que o mito ainda proposto pelos donos do poder para ser uma verdade absoluta sem contestamento pelo opositor.

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  2. Os mitos contribuíam para que houvesse uma integração à vida social e política das pessoas. Os mitos que organizavam as leis e regras de uma comunidade. Se alguém desrespeitasse alguma destas leis ou regras, isto não refletia nele como pessoa, mas sim em todos como sociedade. Por exemplo, se uma pessoa deixasse de fazer um culto a um deus, este deus não ficaria bravo e se "vingaria" da pessoa, e sim da comunidade aonde esta pessoa vivia. Este era um fator que contava para que todos fizessem seus cultos aos seus deuses. Os mitos eram tão importantes que até as pessoas que não participavam do polis (Escravos e mulheres) encontraram um espaço, assim desenvolvendo uma religião própria, o dionisismo. Os mitos funcionavam meio que como a lei dos lugares. Por exemplo, em certa comunidade eles falavam que quem roubasse de outra pessoa ia ser punido pelos deuses, logo eles não roubavam.

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